A Petrobras (PETR4) afirmou, na noite desta segunda-feira (17), que desconhece qualquer orientação dada pelo governo federal para que comece a negociar em reais com a China e outros países. A manifestação foi uma resposta a uma consulta da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) sobre declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Na sexta-feira (14), falando com a imprensa na China, Haddad afirmou que o memorando final assinado entre os dois países orienta que as vendas internacionais sejam feitas na moeda brasileira, o real. Questionado por um jornalista sobre se a medida se estenderá a empresas estatais, como a Petrobras, o ministro essa é a intenção do documento, e que a equipe econômica fará novas análises.
Em carta enviada à CVM nesta segunda, a Petrobras afirmou que pediu esclarecimentos ao Ministério da Fazenda, na própria sexta, sobre a eventual existência de alguma decisão que justificasse a publicação de um fato relevante informando ao mercado das novas diretrizes.
A estatal acrescenta que hoje recebeu a resposta de que, “por parte do Ministério da Fazenda, não há nenhuma decisão, ato ou fato relevante a ser comunicado em razão da matéria supracitada.”
Lula quer driblar o dólar nas transações internacionais
Na viagem à China, na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou clara sua intenção de desvencilhar o comércio internacional brasileiro do dólar, a poderosa moeda dos Estados Unidos e que serve de padrão para a maior parte das transações mundiais.
Durante a posse de Dilma Rousseff como presidente do Banco dos Brics, Lula defendeu o uso de uma moeda alternativa ao dólar no comércio internacional entre os países do bloco e até a ampliação do comércio nas próprias moedas.
“Porque que um banco como o Brics não pode ter uma moeda que pode financiar a relação comercial entre Brasil e China, entre Brasil e outros países do Brics?”, questionou.
